quarta-feira, 1 de junho de 2011

Heuler Cruvinel se movimenta em prol de Goiás


O deputado federal Heuler Cruvinel faz um balanço do trabalho que vem desenvolvendo fente ao Legislativo Federal e das ações pelo Estado afora. Envolvido com todos os assuntos que dizem respeito ao desenvolvimento social, cultural e econômico de Goiás, Heuler Cruvinel vem se mostrando um dos parlamentares mais competentes desta legislatura. Esta semana, o deputado falou à imprensa.

Resumo da semana na Câmara dos Deputados...

Semana em que foram votadas três medidas provisórias e a aprovação do Código Florestal, matéria mais importante apreciada por essa legislatura. A aprovação, na íntegra, do código florestal conforme a relatoria do deputado Aldo Rebelo. Também a emenda que permite que as áreas que estão produzindo possam continuar produzindo. Essa emenda vai se jutar ao código, dando mais tranquilidade ao produtor para produzir na legalidade alimentos que cheguem cada dia mais barato na mesa do consumidor.

Quem sai ganhando com a aprovação?

Todos saem ganhando. Com a legislação ambiental de cada Estado, estendendo ao produtor rural a condição de que possa continuar produzindo é um ganho muito grande para o produtor rural. Como a gente vem falando, temos que conciliar a produção rural e a preservação ambiental e o produtor tem consciência disso, ele quer produzir e preservar. O agronegócio é a mola propulsora do país e contribui com o superávit da balança comercial brasileira, importante na geração de emprego e renda. O país sai ganhando com a aprovação, o ambientalista, o produtor e o consumidor, que vai ter um alimento mais barato na sua mesa.

Vistoria das obras de duplicação da BR 060. O senhor acredita que essa obra trará mais crescimento para o sudoeste goiano?

Com toda certeza! Serão gerados dois mil empregos na obra de duplicação, que já é realidade no sudoeste. Temos seis frentes de trabalho nessa duplicação de Goiânia a Jataí. Hoje, se não houver problemas nos recursos, dentro de três anos a obra estará concluída. É sonho antigo de todo o sudoeste goiano e de vital importância para a região. Não produzimos apenas matéria-prima, mas também industrializamos a nossa produção. Será uma via de escoamento dando maior tranquilidade e segurança para o trânsito das nossas famílias. Quero parabenizar o ex-presidente Lula, a presidente Dilma e o governo federal por essa que é a maior obra rodoviária em execução do país. E também a restauração da BR 452, rodovia que está em péssimas condições mas que já vem passando por um recapeamento. Um sonho antigo e realidade necessária de interligar a nossa malha ferroviária com a rodoviária... estamos trabalhando para que possamos ter a plataforma multimodal, o porto seco para escoar a nossa produção até o porto de Santos. Aqui produzimos e geramos renda.

Reunião com a Caixa Econômica Federal

Com o prefeito Juraci, reunimos com a superintendente da Caixa Econômica Federal em Goiás e marcamos a entrega das casas e apartamentos do Jardim Helena e Setor Paineiras. Serão mais de 500 unidades entregues em 30 de junho. As famílias selecionadas receberão as casas e os apartamentos. Enviamos alguns nomes à Caixa, que fez uma triagem social com as famílias mais necessitadas para receberem as casas e apartamentos. Recurso que conseguimos ainda enquanto eu era Secretário de Habitação em Rio Verde.

Entrega de Viaturas

Estaremos juntos com o secretário de Segurança Pública, João Furtado, cumprindo um compromisso que ele assumiu em audiência pública no dia 28 de abril, de que realizaria na segunda quinzena de maio a troca de todas as viaturas no município. Foram 21 viaturas para o município de Rio Verde e mais sete para ajudar no controle da segurança pública. Um total de 28 unidades! O compromisso foi assumido por João Furtado, em parceria do governador Marconi e o prefeito de Rio Verde, Juraci Martins.

Entrega de cobertores para famílias carentes (Goiás Sem Frio) e Rodovidas

O Goiás Sem Frio é um programa da OVG, levado adiante pela primeira dama Valéria Perillo, com a entrega de 100 mil cobertores para 246 municípios goianos e Rio Verde foi beneficiado com 1.500 cobertores para a secretaria de promoção social, que irá repassar para as famílias mais necessitadas no início do inverno.
E sobre o programa Rodovida, que é o maior implementado pelo governo estadual até o momento, que será implementado: foi aberto o edital de licitação no dia 28 de maio para que as obras se iniciem até o mês de julho. Serão 2.080 km de rodovias reconstruídos no Estado de Goiás. A nossa região será beneficiada! Todas as rodovias que necessitam de reconstrução estão inseridas. Serviço que será de qualidade tirando todo o asfalto ruim para um de qualidade, o especificado na licitação com controle de qualidade. É uma reivindicação antiga dos usuários dessas rodovias. Marcará uma nova história em Goiás.

Avaliação dos primeiros meses de trabalho

Estou satisfeito com o rendimento que estamos tendo no Congresso Nacional. Estou nas Comissões mais importantes dentro da casa: a de Agricultura e Comissão Mista de Orçamento e Desenvolvimento Urbano. Sou relator de três projetos de lei e tenho ajudado e contribuído com os recursos que me comprometi enquanto candidato. Quero ajudar Juraci Martins e todas as cidades que represento. Tenho trabalhado bastante em busca dos recursos para ajudar no desenvolvimento de todo o sudoeste goiano. Estou satisfeito e sei que os resultados virão. Tenho feito o elo entre Juraci e Marconi, que tem tido dificuldades para restabelecer as finanças do Estado nesse começo de governo. Tudo para que Goiás possa caminhar, crescer e seguir em frente.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

O crack e os nossos filhos, filhos do Brasil

     Falar sobre um tema tão recorrente quanto o crack não é fácil. Isso porque o avanço vertiginoso da droga, feita da borra da cocaína, apresenta resultados espantosos em seus usuários, transformando-os em verdadeiros zumbis que entregam suas vidas ao efeito destruidor desse produto manipulado por qualquer um, em qualquer fundo de quintal. É isso mesmo! O crack é um produto barato, acessível à todas as classes sociais e, por isso, mesmo é tão ameaçador.
     Praticamente todas as semanas os jornais estampam histórias tristes sobre  usuários que roubam os próprios pais, ou outros parentes, geralmente usando a violência, chegando a cometer crimes fatais para adquirir o produto, que está ali, à venda nas esquinas ou na porta das escolas. Muito tem se debatido sobre esse mal mas, na verdade, são poucas as ações concretas para se enfrentar um inimigo tão avassalador, que tem como público alvo nossas crianças e adolescentes que, é bom lembrar, na teoria têm suas vidas resguardadas pela Constituição Federal em um   Estatuto criado com essa fnalidade.
     Confesso que tenho pensado muito sobre esse assunto em busca de uma solução em que governo e sociedade possam se mobilizar em prol de uma conscientização em massa, utilizando o conhecido tripé social: família, escola e polícia. Sim, pois se cabe à família educar com uma sólida formação moral, para que mais tarde não venha chorar sobre o leite derramado, é obrigação da escola dar sequência a essa tarefa, reforçando os pilares pra se formar o cidadão com uma educação de qualidade, preparando-os para a vida e para o mundo. Meta que só é atingida quando se usa as ferramentas pedagógicas certas.
     À polícia cabe o dever de reprimir o tráfico em todas as suas formas, desde a prevenção, passando pela conscientização até chegar à repressão, ao combate direto, com o objetivo de localizar, prender e colocar o traficante sob a pena da lei. Nesse sentido, temos visto algumas iniciativas governamentais expressivas, porém isoladas, com resultados a médio ou longo prazo. Mas o problema é gravíssimo e exige ações imediatas.
     O combate a esse monstro que já espalhou suas garras por todos os cantos do país, desde as maiores cidades até as regiões mais isoladas, não cabe apenas ao Governo enquanto órgãos administrativo, legislativo e executivo, mas sim a toda a  sociedade. É preciso unir forças, redobrar as atenções, começando de dentro de casa. Se os pais estiverem atentos vão perceber mudanças no comportamento do filho que está se enveredando pelos caminhos da droga.
     Atenção que precisa ser estendida para as escolas, onde a má influência de um   usuário pode arrastar dezenas de vítimas para o mesmo buraco. E, por último, uma atenção redobrada das autoridades competentes, que precisam tomar providências sérias e imediatas, afinal, não se trata de uma simples batalha e sim de uma guerra, cujas as maiores vítimas são os nossos filhos, os filhos do Brasil, que estão morrendo nas trincheiras visíveis das drogas, bem aqui, debaixo dos nossos olhos distraídos com a agitação da chamada vida moderna. 

sábado, 30 de abril de 2011

As temíveis ondas da inflação

O site Globo.com do último dia 25 traz uma matéria com a seguinte manchete: “Temos imensa preocupação com a inflação”, diz a presidente Dilma. A foto que ilustra a matéria mostra a nossa presidente tomando vacina contra a gripe. Dizem que uma imagem vale por mil palavras, por isso a tal foto da vacina não está ali por acaso. Quando o assunto é inflação o ideal é prevenir, é vacinar, reforçar a imunidade desse imenso organismo chamado Brasil, um paciente que já convalesceu desse mal, chegando a ficar na UTI por anos a fio, com uma  febre inflacionária,  que no governo Sarney bateu na casa dos 86% ao mês!, ou seja, 2.751% ao ano!
Para a nova geração, acostumada a viver num país de saúde mais estável nesses últimos anos, pode parecer ficção. E por falar em ficção, entro na área do cinema para dar um exemplo de como a economia brasileira estava verdadeiramente nas trevas naqueles anos. Em 1988 uma produção norte-americana desembarcou no Brasil para produzir o filme Luar Sob Parador, estrelado por Richard Dreyfuss, Raul Julia, Sammy Davis Jr. e Sonia Braga. Rodado em Ouro Preto, o filme conta uma história curiosa: o ditador de um país fictício morre de ataque cardíaco e é substituído por um sósia, ator que estava trabalhando naquele pequeno país.
Bem, o roteiro dessa comédia leve e realmente divertida não é tão absurdo quanto o que dizem ter acontecido no período das filmagens no Brasil. É que o produtor do filme – orçado em alguns milhões de dólares –, não perdeu a oportunidade de aplicar o dinheiro da produção nos bancos brasileiros. Resultado, terminada as filmagens, os gringos retornaram para a América com o mesmo valor que teriam trazido para gastar, pagando todo filme apenas com o juro ganho em nosso país.
Se é verdade ou lenda nunca vamos saber, a única certeza é de que uma inflação galopante como naquela época provoca situações inusitadas, causando um desequilíbrio total no país e na vida da população, que por ser a parte mais fraca, sempre vê a corda arrebentar de seu lado. Voltando ao presente e à matéria do site Globo.com, percebemos que os economistas do mercado financeiro elevaram a sua previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2011 de 6,29% para 6,34%, de acordo com relatório divulgado pelo Banco Central. Apesar de a presidente Dilma dizer que está imensamente preocupada com a inflação, mas que em hipótese alguma o governo se desmobilizará diante do temido monstro, para o qual todas as  atenções vão estar voltadas com o objetivo de combatê-lo, é preciso ficarmos em alerta! Os produtos que mais subiram nos últimos meses (etanol, gasolina, cebola, laranja, banana, óleo de soja e a mensalidade dos ensinos médio e fundamental), fazem parte da lista das necessidades básicas da sociedade.
Para compensar esse desajuste, a palavra ‘supérfluo’, esquecida nos últimos anos, pode voltar com força total no vocabulário dos brasileiros. Já tem muita gente controlando o orçamento diário, diminuindo gradativamente a lista de compras, deixando de lado os produtos considerados supérfluos. As donas de casa, conhecidas como heroínas nos tempos de crise por lutar bravamente  no “ringue dos supermercados”, começam a ficar assustadas com a possibilidade de reviver aquele pesadelo.
Só pra lembrar, quando a crise mundial deixou o mundo em alerta, o ex-presidente Lula disse que para o Brasil aquele “tsunami” não passava de uma “marolinha”. Esperamos que a tal “marolinha” não esteja ganhando forças com a ventania da desatenção na política financeira do país. Que as ondas da inflação cresceram enquanto o “barco Brasil”  estava distraído, não temos dúvida. Não podemos permitir que a ornamentação de candidato à nova potência mundial não nos deixe enxergar o que nos espera pela frente nesse traiçoeiro mar da política econômica.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Heuler quer explicações sobre cortes no MCMV

Foto: Sidney Lins Jr.

“Enquanto candidata, no ano passado, a Presidenta Dilma havia assegurado que nenhum contingenciamento que se fizesse necessário atingiria programas sociais do Planalto”. Com esse argumento, Heuler Cruvinel conseguiu a aprovação do requerimento (REQ 8/2011) que solicita realização de audiência pública para ouvir a ministra do Planejamento, Miriam Belchior sobre os cortes de R$ 5 bi no programa Minha Casa, Minha Vida. “A dotação orçamentária de R$ 12,7 bilhões do programa residencial, para o ano de 2011, foi reduzida para R$ 7,6 bilhões”, explica o parlamentar.

A federalização da FESURV e um breve resumo do ensino superior no Brasil

A federalização da Universidade de Rio Verde, a FESURV, foi um assunto que defendi e, com o qual, me comprometi por saber que a educação é uma das portas mais importantes para a liberdade do homem. Compromisso feito e trabalho iniciado assim que assumi o honroso cargo no Congresso Nacional. Mas, consciente da complexidade do assunto, que diga-se de passagem vai além da ideia de se tornar mais democrático o acesso à universidade, comecei a pesquisar para entender um pouco esse emaranho do ensino superior no país. E logo de imediato percebi a origem de tudo, já que durante o período colonial as universidades e a imprensa eram proibidas no Brasil, dificultando a circulação de livros  e, claro, a expansão do conhecimento.
Os poucos livros que chegavam ao país eram importados da Europa, não só de Portugal, como também da França e da Inglaterra. O que, inclusive, exigia o conhecimento de outras línguas em meio a uma população quase completamente formada por analfabetos. Além da tentativa de impedir a circulação de novas ideias que pudessem conduzir a independência, a falta de recursos docentes para enviar à colônia era outro entrave, já que Portugal contava com poucas universidades de prestígio, se destacando a de Coimbra, além das de Évora e Lisboa. Os livros, todos importados, sofriam taxação elevada e, igualmente, um controle político e ideológico que, para ser burlado, também gerava dividendos aos funcionários da Coroa.
Para driblar essas taxas e os encargos advindos da corrupção, os colonos no Brasil inventaram os famosos “Santos do Pau Oco”, imagens sacras que tinham o interior oco para carregar contrabando. Na ida para o reino estes santos levavam ouro e diamantes, na volta para o Brasil traziam livros. Graças ao enriquecimento dos senhores de engenho, as universidades portuguesas ficaram cheias de filhos de colonos enviados à metrópole para estudar. Com as universidades proibidas por aqui, coube aos jesuítas a responsabilidade pela criação de escolas na colônia, sendo que a primeira escola de ensino superior foi  fundada em  Salvador no ano de 1550, se estendendo posteriormente até  São Paulo, Pernambuco, Maranhão, Pará e Rio de Janeiro.
Mas este tímido inicio sofreu um retrocesso com a expulsão dos jesuítas por Marquês de Pombal, que governou o Brasil em nome do rei D. José I. Com a chegada da família real em terras tupiniquins, a educação começou a renascer das cinzas, mas muito lentamente, já que D. João VI não criou universidades no Brasil, optando pelo sistema de cátedras, unidades de ensino de extrema simplicidade, formadas por professores que, com seus próprios meios, ensinavam seus alunos em locais improvisados, cobrando pelo serviço. Em 1808, D. João VI fundou a cátedra de Medicina, na Bahia e no Rio de Janeiro, que aos poucos foram evoluindo e se transformando em  escolas, academias e faculdades especializadas, unidades de ensino superior organizadas em torno das cátedras.
Depois da independência do Brasil, as tendências iniciadas anteriormente foram mantidas. Em 1827, D. Pedro I fundou Faculdades Jurídicas em São Paulo e Olinda, esta última sendo transferida posteriormente para Recife. A partir de alterações na legislação, a República fomentou o ideal de livre ensino positivista, segundo o qual todos os cidadãos deveriam ter as mesmas oportunidades educacionais. Desde que estas escolas públicas se submetessem a fiscalização federal, seus estudantes tinham direito ao ingresso no ensino superior sem precisar prestar “exames”. Em 1901, o privilégio foi estendido aos colégios privados, criando uma ampla demanda por novas faculdades, fazendo surgir inúmeros centros de ensino superior privados, embora não tivessem se quer o status de faculdade.
A primeira Universidade criada no Brasil, mesmo sem o perfil exato do que se entende pelo termo (agregando docência e pesquisa), nasceu em Manaus, em 1909, fomentada pela prosperidade econômica do ciclo da borracha. No entanto, sua vida foi breve, a universidade acabou junto com o fim da prosperidade da borracha, em 1926.
Pelo que se vê, depois de tantas idas e vinda, evolução e retrocesso e uma séria de reformas no ensino superior, passando ainda pelo período da ditadura até a Constituição de 1988, com a Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a formação profissional no Brasil ainda não achou seu ponto de equilíbrio para facilitar um pouco mais a vida dos nossos jovens,  que em plena era da globalização, ainda lutam arduamente para terem acesso ao  ensino superior.
              A lição que fica é que ainda precisamos trabalhar muito para proporcionar aos nossos  alunos o direito básico da educação. Isso, em todas as regiões do país, independente da força econômica dos Estados. É exatamente esse desafio que estou enfrentando com o intuito de ajudar a promover a federalização da FESURV. Só assim, milhares de jovens goianos poderão realizar o sonho da formação profissional em uma Universidade Pública Federal. Os primeiros passos já foram dados já que apresentei a emenda ao Poder Executivo, por meio do Dr. Carlos Costa, Secretário Nacional do Ensino Superior. Temos consciência de  que o processo de federalização de uma universidade não é simples e nem rápido como gostaríamos, mas o importante é que semente já foi plantada. Estarei atento, de plantão, regando esse sonho diariamente para que ele possa nascer, crescer e dar frutos. Frutos que alimentarão o saber.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

“Não tenho medo da morte e sim da desonra”

A frase que escolhi para título desse artigo foi ouvida por milhões de brasileiros nesses últimos dias. Frase direta, desafiadora, pronunciada durante uma entrevista concedida por um homem de quase 80 anos, que enfrentou por anos a fio uma corajosa batalha contra o câncer. Mesmo com a aparência abatida de alguém que já havia passado por mais de dez cirurgias, o autor da frase a pronunciava com uma voz grave, firme, como quem quisesse dizer algo além do significado daquelas palavras. Queria dizer e disse, afinal, o nosso ex-vice-presidente José Alencar, um cidadão brasileiro autêntico, inteiro, transparente, cuja história de vida serve de exemplo para todos, principalmente para nós políticos, que colocamos por livre e espontânea vontade nossos nomes a serviço da causa pública.
 José Alencar Gomes da Silva, décimo primeiro filho de um comerciante e de uma dona-de-casa, nasceu em Itamuri, município de Muriaé, Zona da Mata mineira.  O primeiro emprego como vendedor em uma loja de tecidos aos quatorze anos foi apenas o início da trajetória de um dos mais bem sucedidos empresários da indústria têxtil do país. Quando ingressou na política em 1994, concorrendo ao governo de Minas Gerais pelo PMDB, o empresário de sucesso José Alencar sentiu o sabor derrota, obtendo pouco mais de 10% dos votos válidos, ocupando o terceiro lugar na preferência dos eleitores.
Sempre determinado e confiante de que poderia contribuir com a política brasileira assim como sempre contribuiu com o desenvolvimento econômico do país, José Alencar candidatou-se a uma vaga no Senado Federal em 1998, sendo eleito com  quase 3 milhões de votos. Em 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva entrou mais uma vez na disputa pela cadeira presidencial, já calejado de derrotas anteriores, foi buscar no ponderado José Alencar o vice ideal para quebrar a desconfiança que boa  parte dos brasileiros ainda tinha com o “quase eterno”  representante dos trabalhadores.  Naquela época, já filiado ao PL que havia feito aliança com o PT, José Alencar aceitou o desafio e foi o ponto de equilíbrio, tornando-se peça fundamental na expressiva vitória de Lula.
Mas se a política brasileira tem o costume de colocar seus vices numa incômoda posição muito bem definida por João Gomes, vice-prefeito de Anápolis, que sempre diz que o vice se equilibra numa tênue linha entre a discrição e a intromissão, José Alencar foi um verdadeiro equilibrista durante o governo Lula. Discreto sem ser omisso e participativo sem ser intrometido, o mineirinho Alencar marcou sua posição como uma espécie de irmão mais velho do presidente, chegando a criticar abertamente a política de juros quando foi preciso, entre outros “puxões de orelha”.
Em 2006, mesmo enfrentando problemas de saúde, José Alencar não fugiu ao desafio de integrar mais uma vez a chapa de Lula. Vitorioso, o nosso vice se via cada vez mais acuado pelo câncer, intercalando seu precioso tempo entre as atribuições políticas que lhe cabiam e a UTI de um hospital. O câncer obrigou de forma impiedosa os médicos a submeterem José Alencar a treze cirurgias, todas elas encaradas com a mesma coragem e serenidade. E assim, o empresário bem sucedido, o político discreto e o cidadão exemplar se uniam, juntando forças para enfrentar uma batalha monstruosa. Batalha que para alguns casos, a medicina ainda não dispõe de ferramentas suficientes para vencê-la. Batalha que só mesmo pessoas de fé, coragem e determinação conseguem enfrentar. E, assim, fez nosso ex-vice-presidente José Alencar, deixando um legado como cidadão, empresário e homem público. Legado que nos chega através de sua história, de atitudes, de iniciativas, exemplos ou frases como essa: “Não tenho medo da morte e sim da desonra.”

quarta-feira, 16 de março de 2011

Notícias do mundo de lá

Colocar os pés no chão é um desejo natural de quem, por algum momento, sente-se ameaçado quando não se encontra em terra firme. Seja no alto de um arranha-céu, dentro de um elevador, numa montanha-russa, num transatlântico ou num avião, principalmente quando o mesmo passa por turbulência, seja ele um monomotor ou jato. Pois é, o chão é mesmo o porto seguro para habitantes de um planeta dominado pela implacável lei da gravidade. Seguindo a linha desse raciocínio dá pra imaginar o desespero de alguém que, de repente, sente o chão tremer sob seus pés por um avassalador terremoto como o que atingiu grande parte da população japonesa nesses últimos dias.

Se não fossem pelas imagens captadas por corajosos profissionais e heróicos amadores, seria difícil calcular a dimensão da tragédia, que só não foi maior graças à tecnologia de um país que, ao longo dos anos, vem se preparando para enfrentar a fúria da natureza. A engenharia bem que preservou o máximo que  pôde da infra estrutura como casas, prédios, rodovias e pontes da região atingida pelo terremoto, mas diante de um tsunami daquela proporção tudo se torna absolutamente frágil. Mesmo com o espaço de tempo entre o abalo sísmico e a chagada da grande onda, anunciada nos mais diferentes idiomas pelos meios de comunicação, foi impossível evitar a morte de tantos.

Em meio à dor pela perda de vidas e de danos incalculáveis ainda fica o alerta sobre a possibilidade de contaminação vinda das usinas nucleares atingidas. Para piorar a situação, o povo japonês, cuja inteligência e obstinação têm  sido essencial para o desenvolvimento tecnológico do mundo, se vê em parte ilhado por falta de comunicação. E assim, a enorme comunidade do sol nascente espalhada por inúmeros países, entre eles o Brasil, sofre pela falta de notícias de seus conterrâneos, parentes, seus irmãos em sofrimento, sonhos, perdas e conquistas.

É hora de estender a mão à comunidade japonesa e manifestar nossa solidariedade, nosso apoio, nosso carinho à um povo que muito tem contribuído com o desenvolvimento do mundo, graças à sua  visão globalizada, moderna, ousada, sempre a serviço do progresso de sua nação e dos países os quais adotam como seus. Os brasileiros, inclusive nós, goianos, somos testemunhas da importância da comunidade japonesa em nossas terras. O mundo inteiro está torcendo para que o Japão encontre, mais uma vez, forças para se reerguer, se reconstruir, se reinventar, revelando novamente a energia silenciosa e poderosa de seu povo.  É preciso torcer e contribuir, mesmo que seja com uma palavra de fé, uma oração silenciosa e discreta, ao estilo oriental.